"Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração"
A Igreja, Povo de Deus, experimenta continuamente a realização deste anúncio profético e, na alegria, continua a dar graças ao Senhor. Ela sabe que o próprio Jesus Cristo é o cumprimento vivo, supremo e definitivo da promessa de Deus: “Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10, 11). Ele, “o grande Pastor das ovelhas” (Heb 13, 20), confiou aos apóstolos e aos seus sucessores o ministério de apascentar o rebanho de Deus (cf. Jo 21, 15-17; 1 Ped 5, 2).
Sem sacerdotes, de fato, a Igreja não poderia viver aquela fundamental obediência que está no próprio coração da sua existência e da sua missão na história - a obediência à ordem de Jesus: “Ide, pois, ensinai todas as nações” (Mt 28, 19) e “Fazei isto em minha memória” (Lc 22, 19; cf. 1 Cor 11, 24), ou seja, a ordem de anunciar o Evangelho e de renovar todos os dias o sacrifício do seu Corpo entregue e do seu Sangue derramado pela vida do mundo.
Pela fé, sabemos que a promessa do Senhor não pode deixar de cumprir-se. Esta promessa é exatamente a razão e a força que faz a Igreja alegrar-se perante o florescimento e o aumento numérico das vocações sacerdotais, que hoje se registra em algumas partes do mundo, e representa o fundamento e o estímulo para um seu ato de maior fé e de esperança mais viva, diante da grave escassez de sacerdotes que pesa noutras partes.

“A primeira resposta que a Igreja dá consiste num ato de confiança total no Espírito Santo. Estamos profundamente convictos de que este abandono confiante não há de decepcionar, entretanto permanecermos fiéis à graça recebida”.
De fato, o dom de Deus não anula a liberdade do homem, antes a suscita, desenvolve e exige.
Por este motivo, a confiança total na incondicionada fidelidade de Deus à Sua promessa está ligada na Igreja à grave responsabilidade de colaborar com a ação de Deus que chama, de contribuir para criar e manter as condições nas quais a boa semente, semeada pelo Senhor, possa criar raízes e dar frutos abundantes. A Igreja nunca pode deixar de pedir ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe (cf. Mt 9, 38), de dirigir uma clara e corajosa proposta vocacional às novas gerações, de as ajudar a discernir a verdade do chamamento de Deus e a corresponder-lhe com generosidade, e de reservar um cuidado particular à formação dos candidatos ao presbiterado.(...)E a Igreja está pronta a responder a esta graça. Sente que o dom de Deus exige uma resposta coral e generosa: todo o Povo de Deus deve incansavelmente rezar e trabalhar pelas vocações sacerdotais; os candidatos ao sacerdócio devem preparar-se com grande seriedade para acolher e viver o dom divino, conscientes de que a Igreja e o mundo têm absoluta necessidade deles; devem enamorar-se de Cristo Bom Pastor, modelar sobre o Seu o coração deles, estar prontos para a ir pelas estradas do mundo como sua imagem para proclamar a todos Cristo Caminho, Verdade e Vida.
Exortação apostólica pós-sinodal “Pastores Dabo Vobis” – Papa João Paulo II
31/07/2004 | by: Canção Nova
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