17 de julho de 2011

Jovens aprendem e podem ensinar sobre a comunicação

Renata Igrejas

Do Rio de Janeiro


Nova geração. Estes foram os termos mais debatidos na manhã deste sábado, 16, no 1º Seminário de Comunicação para Bispos do Brasil, no Rio de Janeiro. Para o consultor educacional, Ricardo Chaves Quaresma, as últimas décadas, mergulhadas na tecnologia, podem ter deformado o caráter de muitos jovens, em detrimento das outras gerações.

“Houve uma não-formação do senso crítico, os laços familiares foram quebrados e gerou uma absorção de conteúdo de forma errada. As pessoas absorvem qualquer conteúdo na internet”, alerta.

Ricardo Quaresma recorda as palavras do Papa Bento XVI, na mensagem do 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais. O Santo Padre mostrou preocupação com os perfis falsos, com mentiras que circulam na internet e que podem causar grandes prejuízos à humanidade. E pediu mais verdade e dignidade nos meios de comunicação. Concebido pelos estudiosos, o conceito da "Geração Y" nasce de uma nova sociedade.

“São os jovens de hoje, com  20, 25 anos, que cresceram com a cultura midiática. Se antes os meios de comunicação, como jornais, rádio, TVs, pertenciam a um grupo de pessoas, hoje a internet pertence a todos”, explica Padre Gildásio Mendes, filósofo e diretor da Universidade Católica Dom Bosco. Por isso, uma nova sociedade desperta, cheia de questionamentos, em meio a tanto volume de informações e tende a mudar seu comportamento e o futuro.

“Hoje os jovens questionam 'Quem sou eu? O que posso fazer de bom pelo mundo, pela natureza? Quem é Deus?' Por essas perguntas, os jovens estão mudando e estão mais exigentes, competitivos, estudam mais e devem ser mais éticos. Estão mais preocupados com o ser humano, com a vida. Hoje eles acreditam na família. Eles sonham mais em constituir família”, finaliza o filósofo.

Igreja e jovens

Esta nova geração, ao contrário do que muitos pensam, não está perdida. Ela é questionadora e quer a verdade nas respostas. Em tempos de interatividade, os bispos perceberam no Seminário, que o  anseio de todos é o ingresso nas comunidades e - mesmo em um mundo virtual -, a realidade é que ninguém quer se sentir só. “A Igreja é uma mãe que acolhe as diferenças. Mas é preciso ter humildade, respeito pelas diferenças, capacidade de somar, de colaborar. É um grande momento da Igreja aprender com a Geração Y, afinal eles não querem conflitos. Querem diálogo”, ressalta padre Gildásio.

Investimentos  

Dois fatores essenciais para o aperfeiçoamento da comunicação entre Igreja e povo foram defendidos por padre Zezinho, SCJ, professor de comunicação da Faculdade de Teologia de Taubaté (SP). Para ele, existe uma fórmula simples e infalível.

“Primeiro, o que precisamos para melhorar a comunicação é dinheiro. É preciso investir em cursos, em infraestruturas de mídia, o que não é barato. Em segundo lugar e não menos importante, é preciso a fé das pessoas – e dos bispos, da Igreja -, na comunicação, para aprimorar o diálogo de cada diocese”, afirmou o padre.

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