Por Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Há aquela que deixou de lado a prática religiosa pela decepção com um líder da
comunidade; outra, sem perceber, abandonou, pouco a pouco, sua vida de fé:
passou tanto tempo sem ler a Palavra de Deus, sem rezar e sem assistir à missa
dominical que, quando notou, já havia organizado sua vida de tal maneira que não
havia mais espaço para expressões religiosas; outras pessoas tinham um
conhecimento tão superficial de sua religião que, sem grandes questionamentos,
a abandonaram. Há, também, as que procuram o batismo dos filhos, a missa
buscam uma maior autenticidade. Dizem não gostar de normas e ritos:
preferem uma religião "mais espiritual", sem estruturas.
Esquecem-se de que somos seres humanos, não anjos.
Os anjos não precisam de sinais, gestos e palavras para se relacionarem.
Nós, ao contrário, usamos até nosso corpo como meio de comunicação.
Traduzimos nossos sentimentos com um sorriso ou um aperto de mão,
uma palavra ou um tapinha nas costas; fazemos questão de nos reunir com
a família nos dias de festa e telefonamos para o amigo, cumprimentando-o no
dia de seu aniversário; damos uma rosa para nossa mãe e nos encantamos
Mas, antes de simplesmente ignorá-las ou, pior, de desprezá-las,
não seria mais prudente procurar conhecê-las,
com a desculpa da busca de maior autenticidade.
O Pai eterno, quando nos quis demonstrar seu amor,
levou em conta nosso jeito de ser, de pensar e agir.
Mais do que expressar "espiritualmente" seu amor,
evangelista João, na forma clássica - "e o Verbo se fez carne,
e habitou entre nós" (Jo 1,14) -, preferem a expressão: "e
armou sua tenda no meio de nós", para expressar a idéia de que Deus,
experiência de proximidade: "O que era desde o princípio, o que ouvimos,
o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas
mãos apalparam da Palavra da Vida (...) isso que vimos e ouvimos,
submeteu-se a ritos: passou noites em oração,
não podem estar assim separadas. Por sua própria natureza,
devem estar unidas. Uma fé sem obras é morta; obras,
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